Transição capilar ou do cabelo liso às ondas, capítulo 3: os cuidados
Nesse último post da série sobre a minha transição capilar, vou falar sobre como eu finalizava o meu cabelo durante a transição e como eu o finalizo hoje. Mas antes, já começo o texto com um spoiler: estou longe de ser expert no assunto. Se fosse comparar essa minha experiência com um relacionamento amoroso (o que, de certa forma, é!), diria que eu e meu cabelo “estamos nos conhecendo” – uma tradução para aquela fase em que você já está apaixonada, super envolvida, mas reconhece que muito do que está vivendo é novidade. Então, tenham em mente que esse é o retrato de uma jornada de míseros 10 meses, ainda estou bem longe de ter opiniões definitivas sobre como estilizar meu novo hair look!
No início da transição, depois do primeiro corte, vivenciei aquela fase clássica “2 cabelos em 1”: a raiz ondulada e a ponta lisa. Para disfarçar essa diferença, me vali de alguns truques. O primeiro era usar o Sculpting da Keune como leave-in e amassar bem as pontas. Se isso não desse conta, o próximo passo era enrolar a mecha ainda úmida com o produto ao redor do dedo e prender o cacho formado com um grampo, junto a raiz, para que ele terminasse de secar enroladinho. Não havia sido o suficiente? Então esperava o cabelo secar todo e fazia um babyliss só nas mechas mais complicadas. E digo uma coisa para você: babyliss com o cabelo (seco, vale relembrar!) preparado com a ajuda de um gel modelador faz o cacho durar muito! Fica incrível!
Nessas três alternativas, o Keune Sculpting sempre foi o meu fiel escudeiro. Ele é um gel que, depois do cabelo ficar seco, você pode tirar o efeito de brilho molhado amassando com as mãos, “quebrando” a rigidez do produto e ganhando mais movimento, isso sem perder a forma. Pra mim, foi um produto super curingão durante a transição, uso até hoje. É com a ajuda de um gel que você vai conseguir extrair o máximo possível de onda/de cacho da sua ponta nessa fase. Sem contar que ele também define a parte virgem do cabelo. Eu sei que outras marcas de beleza oferecem produtos similares, mas se eu fosse arriscar dar uma dica aqui, seria procurar géis que possuem essa opção de “quebrar” com as mãos depois, assim a modelagem não fica tão dura, nem estática.
As mechas do contorno do rosto sempre foram as mais mal comportadas durante a modelagem. Eram as que mais concentravam química do alisamento e tinham as pontas beeeem lisinhas. Justamente por conta disso, não chegavam a cachear; elas só ondulavam e, mesmo assim, no final do dia, “arreavam”. E por falar em cachos/ondas que iam embora com o passar das horas, um truque bom que Ed Santana (meu cabeleireiro partner na transição) me ensinou foi: quando precisar redefinir a forma, molhe! No início do dia eu acordava, me olhava no espelho e decidia o que iria fazer. Se desse pra reaproveitar o look do cabelo, eu borrifava água (ou o fluido Maxi Ondas, da Cadiveu), aplicava um pouquinho de leave-in (Meu Cacho, Minha Vida, da Lola Cosméticos) em seguida o Sculpting, amassando as pontas de novo. Se não desse pra reaproveitar, ia pra debaixo do chuveiro, escolhia o que eu iria fazer (só molhar, ou lavar, ou co-wash, ou low-poo…) , saía do banho e repetia as táticas de finalização completas.
Pra ser sincera, esse ritual matinal de olhar no espelho e decidir o que fazer com o cabelo é algo que carrego até hoje. Nessa jornada, aprendi que cacho precisa de um reboot diário. Enquanto as lisas penteiam o cabelo depois que acordam, nós, as onduladas / cacheadas, precisamos achar aquela combinação de produtos + jeito de passar a mão (nada de pente ou escova!) que deixa o cabelo do jeito que a gente gosta e precisa pra começar o dia.
E por falar em mãos, elas desempenham um papel fundamental em todo esse processo. No início da transição eu tinha o maior medo de separar demais as mechas e perder os cachos, então espalhava os produtos de finalização no cabelo úmido sempre com as palmas das mãos. Depois, fui perceber que o cabelo secava formando um bloco só, não tinha movimento, porque os fios secavam grudados. A fase seguinte? Comecei a pentear bastante com os dedos. Mas aí percebi que o cabelo ficava com muito mais frizz e que os cachos se perdiam. Então, hoje opto pelo meio termo: uso palma e dedos alternadamente, modelando com carinho e sem pentear demais. E se o frizz incomodar, aplico um anti-frizz quando o cabelo está 70% seco. O meu favorito é o Hydra Intensify da Pantene, que, além de ajudar demais com o frizz, tem uma textura fluida que adoro: nem é um creme – que é mais difícil de espalhar no cabelo semi-seco –, nem é um óleo, que muitas vezes pesa e deixa aquele brilho exagerado. Mais parece um serum. Ah, e um truque que minha big boss musa cacheada Maria Cecília Prado (que criou aqui o Beauty Editor) me deu: depois de lavado, jogue o cabelo pra frente, passe os dedos pela raiz e desgrude-a do couro cabeludo! A raiz fica mais alta e soltinha, ótima pra esbanjar charme jogando a mecha do topo para um lado e para o outro, rsrsrs.
Ah, importante mencionar: uma vez a transição capilar concluída, pude ver que o meu cabelo é na verdade ondulado, mas responde bem aos produtos ativadores de cachos (seja a um gel modelador tipo meu amado Sculpting Lotion, da Keune, seja a um creme de pentear sem tantos ativos modeladores assim, como é o caso do Meu Cacho Minha Vida da Lola Cosmetics). Não consigo que ele cacheie desde a raiz, mas comprimento e pontas cacheiam sem problemas. De vez em quando, uso mais para o ondulado – é só não amassar as pontas quando os fios estão molhados –, mas me sinto mais poderosa com os cachos, o cabelo me enfeita mais assim.
Hoje eu uso solto o tempo todo, enquanto que na época do alisamento ele vivia “escorregando” e caindo no rosto, então eu sempre prendia. Então eu penso: de que adiantava aquele sacrifício todo (de grana, de tempo, de saúde dos fios…) pra alisar se eu vivia com o cabelo preso, né? Muito curioso isso…
E, outra curiosidade: descobri que há uma mecha na nuca que é muito mais lisa, parecida com o cabelo que eu tinha quando era pequena!
Quem diria, comecei essa aventura sem a menor noção de como o meu cabelo era de verdade e hoje eu me descubro tão dona dele que mal me reconheço em fotos de 2 anos atrás! Hoje meu cabelo cai / quebra pouquíssimo, é super macio no toque… E ainda há um bônus maravilhoso: os cachos disfarçam bem melhor o baby hair (aqueles fiozinhos mais curtos e rebeldes que surgem no contorno do rosto) e os fios brancos! Estou super feliz com o resultado e contente em compartilhar toda essa jornada com vocês!
Quer ler / reler os dois primeiros capítulos da minha saga da transição? Então clica neste link aqui (capítulo 1) e neste outro aqui (capítulo 2). Vale super, acho que você vai encontrar outras dicas que podem ajudar na relação com o seu cabelo, hoje e sempre!
Por Luisa Suassuna
Fotos: arquivo pessoal Luisa Suassuna
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