Transição capilar ou do cabelo liso às ondas, capítulo 2: os cortes
Seguindo com a série sobre a minha transição capilar, começo aqui a contar um pouco mais sobre os cortes de cabelo com o cabeleireiro Ed Santana, do salão Descabelado (até hoje foram dois, e já está na hora do terceiro, rsrs). O primeiro foi em novembro de 2016, e digo que, mais do que um corte, foi uma aula! Gente, descobri que não tinha a mínima ideia do que era um cabelo cacheado, o seu comportamento e suas possibilidades!… Naquele momento, fiquei espantada em perceber como a falta de informação nos faz cuidar da nossa beleza de um jeito que nem é apropriado, nem consciente e muito menos respeitoso com nós mesmas… Como Ed bem diz, é uma transformação externa que desperta uma transformação muito maior, a interna! Eu havia, finalmente, voltado minhas atenções para o meu verdadeiro cabelo, porque, cá pra nós, eu alisava para me esquecer dele… Se ele estava ressecado, oleoso, quebradiço, não interessava; o importante é que ele ficasse com a aparência lisa e sob controle todos os dias.
O desafio do primeiro corte
Primeiro, Ed cortou o cabelo. Como eu disse no primeiro post dessa série, eu não tinha a menor noção de como eu queria esse meu primeiro corte, só passei pra Ed algumas diretrizes: a primeira era que eu não gostava de cabelo repicado demais que deixasse a ponta muito ralinha, e a segunda que eu não queria nada que inchasse muito a raiz (resquícios do medo do volume que eu tinha na época do alisamento). Depois de escutar isso e todo o meu histórico capilar, ele me avisou que esse primeiro corte não seria muito drástico, que como eu estava começando a minha transição capilar, ele iria “pegar leve”. Ele captou no ar que eu havia decidido começar a minha transição mas ainda tinha meus receios, e respeitou isso – aliás, acho imprescindível que o profissional que atende clientes em transição capilar tenha essa sensibilidade para os conceitos de beleza que cada pessoa carrega. O corte era repicado sim, mas não muito, o comprimento saiu do longo pro médio, o que pra mim foi super ok.
Depois do corte, ele aplicou uma combinação de leave-in hidratante (o Frizz Dismiss, da Redken) com modelador de cachos (o Sculpting, da Keune) e secou os fios de um jeito diferente: me deitei numa maca, de bruços, e ele aproximou um aparelho grande de vento morno do meu cabelo (e eu, enquanto isso, dei uma relaxadinha maravilhosa, rsrs). Hoje, entendo que ele queria ver como o meu cabelo se comportaria em condições ideais de secagem, mas no dia não tinha muita noção do propósito daquele passo a passo, achava que no final de todo corte, ali no Descabelado, existia essa secagem. Aliás, já pensou que maravilha dar uma descansadinha dessas e acordar linda e bela toda vez? Tipo Cinderela, rsrsrs.
Com o cabelo seco, Ed observou se ainda havia a necessidade de dar alguma outra tesourada, fez um ajustezinho aqui e ali e pronto. O corte não foi curto ao ponto de remover toda a química, mas ainda assim tirou bastante comprimento e deu uma bela renovada. Comprei os dois leave-ins que ele havia usado em mim e fui pra casa. O resultado foi maravilhosoooo, mas confesso que no dia eu achei apenas legal (acho que minha percepção sobre o que era um cabelo bonito ainda estava muito viciada… Spoiler: ela mudou muito desde o primeiro corte pra cá!). Entrei no carro, comecei a tirar selfies e mandar para todo mundo que sabia que eu iria cortar o cabelo, em busca de aprovação. E que alívio foi receber os elogios de volta!
Cheguei em casa com a mesma sensação de quando saímos da maternidade e chegamos em casa pela primeira vez com o nosso filho no colo: você o ama, mas não tem a menor noção de como cuidar dele, como vai ser a convivência… nada! Aliás, é por isso que essa série vai contar com um post específico falando só sobre essa experiência de aprender a cuidar do meu cabelo em casa: como eu lavo e estilizo para o dia a dia e ocasiões especiais. Mas, voltemos a falar do corte.
Logo nos primeiros dias, vi como era difícil cachear as mechas da frente. Não tinha nem a expertise e nem o bendito aparelhinho de vapor de Ed – o cabelo ficava completamente diferente do dia do corte. As pontas ainda eram muito lisas e mal ondulavam… Não vou dizer que ele ficava charmoso, mas eu já tinha passado por outros momentos da vida em que estava com raiz inchada e ponta lisa, e sabia que aquela seria uma longa jornada. Estava com minhas expectativas no mínimo, super paciente e aberta à experiência toda. Claro que nem tudo foi tranquilo o tempo todo, mas, modéstia à parte, tirei de letra.
Corte de cabelo número 2: as coisas começaram a ficar mais fáceis!
Em março desse ano, voltei ao salão para fazer o meu segundo corte. Dessa vez sabia melhor o que pedir – queria manter um pouco do comprimento e subir mais o volume da raiz. Engraçado que, quando alisamos o cabelo, odiamos ter volume na raiz, mas eis que em cabelo ondulado / cacheado isso é a coisa mais linda desse mundo. Quem diria que eu iria pedir por raiz alta, né? Era a transformação interna que Ed tanto falava. Para a minha grata surpresa, a ponta lisa foi toda embora e eu estava com o meu cabelo livre da química! E como ele cacheava, era uma lindeza só!
Bom, agora eu já era oficialmente uma ondulada / cacheada. Mas a novela com a modelagem ainda estava nos primeiros capítulos… No próximo post, vou contar minhas descobertas, os produtos que estou usando e o meu jeito de estilizar o cabelo e valorizar sua beleza atualmente. Aguardem!
Para fechar o post, clique meu com o Ed Santana. Que coisa boa ter a assessoria dele nessa mudança!
Quer saber sobre minha história pré-transição? Então clica aqui para ir para o primeiro post desta série!
Fotos: arquivo pessoal
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