Pele negra no verão: bate-papo com a dermatologista Katleen Conceição

Verão e negritude são uma dupla que, apesar de não parecer, tem lá as suas desavenças. Como usar protetores solares sem ficar parecendo uma “fantasminha”? E o óleo de coco, serve mesmo para blindar os cachos contra o sol? Quem sofre de alopécia pode pegar uma prainha? Para tirar essas dúvidas que todas temos – mas que quase ninguém verbaliza –, conversei com a dra. Katleen Conceição, dermatologista referência nos cuidados com o público afrodescendente, pensando especialmente nas seguidoras negras do Beauty Editor. Depois de ler o bate-papo, não tem mais desculpa: é colocar as dicas em prática e se preparar para um visual flawless em todas as épocas do ano!

Vanessa Ventura: O protetor solar é essencial no verão, mas a maioria deles é esbranquiçado, um grande problema para a nossa pele negra. Quais as melhores opções para evitar esse efeito?

Katleen Conceição: Na verdade, o protetor solar é essencial na vida, não somente no verão, mas em todas as estações! Ele deve ser utilizado todos os dias – mesmo nos nublados – e até em ambientes fechados. Hoje em dia, há formulações à base de gel, gel-creme e sérum, que são veículos perfeitos para não deixar a pele esbranquiçada. Gosto, por exemplo, do Roc Minesol Serum e do La Roche-Posay Anthelios Airlicium. Também existem fórmulas com cor que se aproximam um pouco da nuance pele negra, como a  Roc Minesol Mousse Tinted Deep – isso, apesar de nós termos (já foi comprovado!) 35 tonalidades diferentes de pele. O mercado já está procurando opções que se aproximem de todas essas cores,

VV: A maquiagem com FPS é suficiente para nos proteger?

KC: Em alguns casos, pode ser suficiente. Caso você queira evitar manchas no rosto, ou já tenha um melasma (manchas marrons causadas por alterações hormonais combinadas à exposição solar), o ideal é usar um filtro solar fator 30 e utilizar uma maquiagem com filtro de, no mínimo, também 30, reaplicando de 3 em 3 horas. Na pressa, você não precisa tirar todo o make para fazer a reaplicação – pode retocar o visual com um dos vários pós faciais com filtro que já existem no mercado.

VV: O natural está em alta e, seguindo a tendência, muita gente tem apostado em produtos naturais como o óleo de coco para proteger pele e cabelos do sol. Esse hábito é recomendado?

KC: Eu gosto bastante do óleo de coco para hidratar a pele negra: ele pode ser aplicado junto ao seu hidratante habitual (misture um pouco de cada!), principalmente após o banho. Também indico utilizá-lo em conjunto com o seu creme de hidratação capilar, realizando uma massagem nos fios, mecha a mecha, de uma a duas vezes na semana – a chamada fitagem.

VV: Muitas mulheres negras sofrem com queda de cabelo, em virtude do uso de fibras artificiais no cabelo ou do excesso de química. Qual é a melhor forma de tratar esse problema, em especial no verão, quando as áreas sem fios estão mais expostas do sol?

KC: As alopécias são muito comuns na nossa etnia. Para tratar o cabelo e o couro cabeludo, o ideal é visitar mensalmente o dermatologista, que vai solicitar exames de sangue e analisar a região do couro cabeludo com um método chamado dermatoscopia, ideal para avaliar o tipo de queda de cabelo que está afetando a paciente (se tem relação com os hormônios, se é mecânica…). A partir daí, será possível indicar tratamentos tópicos ou até mesmo o laser fracionado, associado ao LED (que é o laser de baixa fluência, ou seja, tem uma energia mais baixa), para estimular o crescimento do cabelo. A utilização de chapéu é bastante importante tanto para impedir a irritação no couro cabeludo como para evitar que o fio se quebre e desidrate devido à fragilidade.

VV: Em breve estaremos no outono, fase em que começamos os tratamentos para combater possíveis danos do verão. Quais as novidades do mercado para a pele negra?

KC: Tenho utilizado muitos métodos que anteriormente não eram aplicados na pele negra, por receio de se provocar manchas ou queimaduras. Graças a estudos que realizei fora do país, desenvolvi técnicas para utilizar fluências (energias) mais baixas, o que possibilita o uso, com segurança e com bons resultados, de todos os tipos de laser na pele negra: laser Fracionado, CO2, ultrassom focado, laser ND Yag. A pele negra, assim como as outras, após o verão fica mais danificada por causa da exposição maciça ao sol. Ela volta da estação mais desidratada, com manchas e sem viço – e então chega a hora de retomar os tratamentos, utilizando os lasers para revitalizar essa pele.

Foto: arquivo pessoal

Cacheada assumida e apaixonada por novidades de skincare e de maquiagem, eu vivo a paixão pela beleza desde criança, quando adorava passar creme anti-idade escondido. Além de blogueira de beleza (já conhece o Belícia?), sou formada em RP e pós-graduada em Gestão de Marcas, o que me fez desenvolver um olhar atento para o comportamento das empresas diante de seus consumidores. Será que as marcas já sabem lidar com as mulheres negras e com cabelo afro? No Blog das Convidadas, minha missão é mergulhar fundo nos lançamentos nacionais e internacionais e contar para você o que há de bacana para o nosso segmento. Chega de sofrer para encontrar a base certa ou o creme milagroso!

Comment

  • Roxanna

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